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Guilherme
Guilherme é Engenheiro Ambiental formado pela Escola de Engenharia de Piracicaba e Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo. Um dos ganhadores do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia - Ano 2008, se dedica atualmente à pesquisa e desenvolvimento de Reatores Biológicos que convertem resíduos (potenciais fontes de poluição industrial e doméstica) em energia renovável sob a forma do gás hidrogênio, uma fonte energética que não gera gases do efeito estufa. http://www.facebook.com/guilherme.septimus
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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sobre a música

Entre todas as artes, particularmente, a música me soa como uma das mais sublimes. Inspiração, técnica, devoção, fé e sentimento parecem se congregar no comum intuito de desenvolver e elevar as mais nobres facetas do espírito humano.
De tudo o que a música proporciona, a felicidade e completude como fruição de sua beleza são inquestionáveis. Segundo Freud, a contemplação das artes vem de encontro a uma das formas de satisfação que precisamos obter na vida, uma vez que nossas cotas de prazer se afunilaram mediante a necessidade de sublimações no mundo civilizado.

Creio, pessoalmente, que a música vem para algo além de simplesmente preencher lacunas. A boa música certamente vem para serenizar nossas ações, lapidar nossos sentimentos, inspirar nossos amores e modificar irreversivelmente a maneira como vemos o mundo. Assim têm acontecido ao longo da trajetória dos movimentos filosóficos e artísticos ocidentais.
No período barroco, por exemplo, no qual se buscou amparar os anseios da sociedade na temática da espiritualidade e religião, compositores como Bach, Vivaldi e Händel produziram o Concerto para Dois Violinos BWV 1043, o Gloria in Excelsis Deo RV. 589 e o Hino de Coroação do Sacerdote Zadok HWV 258, respectivamente. Obras essas que não tinham obrigatoriamente conteúdo religioso, mas obedeciam à estética barroca.
Já no período clássico, no qual a razão foi elevada ao status de elemento norteador da conduta humana e o equilíbrio e claridade herdados do movimento iluminista predominaram, grandes nomes como Mozart, Beethoven e Haydn compuseram, respectivamente, a Sinfonia nº42 K.75, a Sinfonia nº2 Op. 36 e a Sonata para Piano Hob. XVI/34.
Mais tarde, no romantismo, surgiram compositores como Chopin, Tchaikovsky e Grieg subjugando o rigor formal do classicismo à expressão de emoções; pessoais ou compartilhadas pela coletividade. Entre estes compositores, Chopin, com o seu Étude Révolutionaire nº12 Op. 10, demonstrou toda a intensidade, tensão e vibração emocional própria dos românticos. Por outro lado, Tchaikovsky escolheu musicalizar os sentimentos de memoráveis personagens da literatura na Abertura para Romeu e Julieta, que, diga-se de passagem, atendeu a expectativa de uma obra a altura dos escritos de Shakespeare. Por fim, Grieg, em A Morte de Ase Suíte nº 1 Op. 46 do Peer Gynt, envolve o espectador numa atmosfera lírica, ainda que tratando do tema da aniquilação da existência.
Na música contemporânea, que abrange o período moderno até os movimentos de vanguarda, passaram a ser empregados ritmos livres e sem a instrumentação e estrutura tradicional da música clássica, o que possibilitou um intercâmbio entre a música “erudita” e a popular. De nomes como Errol Garner, Chick Corea e Christian Willisohn surgiram Misty, Crystal Silence e Can the city sound. Composições essas, que revelaram principalmente a influência do romantismo e modernismo, porém com a envolvente tonalidade e a inventividade que só o Blues e o Jazz podem proporcionar.

Em suma, a música, seja nas suas mais longínquas origens ou nas mais recentes tendências, sempre se fez e fará presente como produto da liberdade de pensamento do homem, tornando possível que uma infinidade de inspirações seja eternizada e compartilhada entre seus admiradores, superando barreiras de línguas , de raças e de classes.

Por fim, não há nada melhor que ouvir uma bela sinfonia de Mozart (nº41, K.551 “Júpiter”) e imaginar a trajetória de um fóton nascido no interior do Sol margeando as elegantes curvaturas do espaço-tempo, reviver os dias de ternura da primeira infância com uma composição de Schumann (Fantasiestucke, Op. 12 “À noitinha”), ou ainda, se empolgar com o ideal da fraternidade ao som de Beethoven (Sinfonia nº9, Op. 125 – 4º movimento).


Aos apreciadores, deixo os links para as composições citadas no texto.

Bach - Concerto para Dois Violinos BWV 1043
http://www.youtube.com/watch?v=4JG8KkWhsiY&feature=related

Vivaldi - Gloria in Excelsis Deo RV. 589

http://www.youtube.com/watch?v=WrBuKG2i_U0

Händel - Hino de Coroação do Sacerdote Zadok HWV 258
http://www.youtube.com/watch?v=PvCPyuLbEDQ&feature=related

Mozart - Sinfonia nº42 K.75
http://www.youtube.com/watch?v=--t0As77q6I

Beethoven - Sinfonia nº2 Op. 36
http://www.youtube.com/watch?v=vztaLnI2A9o

Haydn - Sonata para Piano Hob. XVI/34
http://www.youtube.com/watch?v=9hvz_Hykmr4&feature=related

Chopin - Étude Révolutionaire nº12 Op. 10
http://www.youtube.com/watch?v=qKJKMWeVkwQ

Tchaikovsky - Abertura para Romeu e Julieta
http://www.youtube.com/watch?v=mOfb-YZYU5g

Grieg - A Morte de Ase Suíte nº 1 Op. 46 do Peer Gynt
http://www.youtube.com/watch?v=AB4m885sTeE

Errol Garner - Misty
http://www.youtube.com/watch?v=SHZR3ajTE2U&feature=related

Chick Corea - Crystal Silence
http://www.youtube.com/watch?v=0y1cNBpvYw8

Christian Willisohn - Can the city sound
http://www.youtube.com/watch?v=lQHx8AWxEkI

Mozart - Sinfonia nº41, K.551 “Júpiter”
http://www.youtube.com/watch?v=noAPeUlOjfc

Schumann - Fantasiestucke, Op. 12 “À noitinha”
http://www.youtube.com/watch?v=VBQ2Hqf-Ehw

Beethoven - Sinfonia nº9, Op. 125 – 4º movimento
http://www.youtube.com/watch?v=rHuGktVssdc&feature=related
Postado por Guilherme às 23:28 Nenhum comentário:
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Marcadores: música; sentimentos; bach; mozart; chopin; chick corea;
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